sábado, 25 de junho de 2011

Maconha = Libertinagem

Estava aqui me perguntando porque sou contra a maconha. Tão comum em pessoas da minha idade, tão “aceita” pela sociedade mais “moderna”. É incrível como quem é a favor da legalização, regulamentação e afins usa como argumento para tal feito, mesmo que esses argumentos sejam todos quebrados pela maior parte dos estudos. Todo mundo sabe que uma erva natural pode sim te prejudicar, mas esqueceram de falar para os maconheiros.
Com tantas drogas lícitas já nos fazendo tanto mal, a exemplo do álcool causando acidentes de trânsito, destruindo vidas, gerando violência familiar e não familiar. Pessoas se prejudicam, meio ambiente é prejudicado, quem nunca viu uma garrafa de cerveja em algum lago, no meio do mato etc? Pois eu já vi, e muito, e olha que garrafas podem ser recicladas. E o cigarro? Já pararam pra contar quantas bitucas de cigarro conseguem contar da sua casa até a esquina mais próxima? Andando na rua hoje eu notei e foram muitas (e vocês não têm noção do dano que elas causam ao meio ambiente). Pessoas fedem por causa do cigarro, pessoas alérgicas sofrem com ele, já não basta a poluição ambiental que estamos sujeitos, precisamos agüentar mais essa poluição na nossa cara, em nossos pulmões. Desagradável, é a palavra mais indicada para as pessoas que estão andando em nossa frente fumando, enquanto a fumaça vai toda na nossa cara.
Pois é, minha gente, e com a maconha, como será? Talvez não joguem bitucas de maconha na rua, já que a concentração de THC nela é maior, *palavras de um conhecido maconheiro*, mas vai saber, né? Pra que se guardaria as pontas se será tão fácil encontrar e comprar. Seria ótimo também estar atrás de uma pessoa andando na rua e jogando a fumaça de maconha em sua cara (sim, estou sendo irônico).
Maconha causa tantos males e porque será que nunca foi registrada nenhuma morte por causa dela? Vejamos...
Eu, como pai, teria vergonha de falar que meu filho morreu fumando maconha, eu preferiria dizer que morreu de enfisema pulmonar, ou algum tipo de câncer, creio que a maioria dos pais são “conservadores” e esconderiam que o filho é maconheiro. Bom, esse foi um dos motivos. O outro seria porque quem fuma maconha, geralmente fuma cigarro e/ou bebe. É muito mais fácil morrer alcoolizado do que “maconhado”, confesso. Maconha a pessoa fuma em casa porque é proibida, o que pode acontecer é de você ter uma alucinação e pular a janela do seu quarto, se você morar em uma casa você bate a cara no chão, se morar num apartamento...Causa da morte? Caiu do 3º andar. As doenças causadas pela maconha são muito parecidas com as causadas pelo cigarro comum. Outro motivo é que a maconha por ser a porta de entrada pra outras drogas ilícitas (sim, é verdade, dúvidas leia o post falando sobre isso) ela é consumida por um período de tempo um pouco 'menor' (não que as pessoas fumem durante pouco tempo), nesse caso e as pessoas acabam morrendo por causa de outras drogas, porém, mesmo a maconha não sendo o motivo direto, é o indireto. Alguns pais por não saberem que o filho fuma maconha ou por não saberem o que ela pode causar, quando o filho morre por algum surto esquizofrênico não liga esse efeito a causa, a maconha. Sim, eu sei que é uma predisposição genética e bla bla bla, mas a maconha está intimamente ligada a esquizofrenia porque ela pode, segundo vários estudos triplicar a predisposição a ela. Hum... Vejamos mais algumas possíveis causas, ataque cardíaco, câncer de testículo, depressão. Um estudo feito pela OBID, relata que o álcool e a maconha estão presentes entre as vítimas de traumas em pronto-socorros, os resultados apontaram que o uso de substâncias psicoativas nos indivíduos que sofreram trauma é altamente prevalente, sobretudo para o álcool, detectado pelo bafômetro em 11% dos casos; e para a maconha, com 13,6% de positividade no teste de urina.
Bom, acho que uma pessoa com o mínimo de conhecimento pode tirar várias conclusões por esse estudo, tirando os maconheiros, já que eles por fumarem danificam e encolhe áreas do cérebro.
Aí você me diz, mas legalizar vai acabar com o tráfico. Então eu te digo, acabar com o tráfico de cu é rola. Bandido que é bandido se vira. Exemplo disso vocês podem achar neste blog, e em qualquer site de busca sobre tráfico de tabaco e álcool, e olha que são drogas legais. Na Holanda têm tráfico de maconha! Em 2008 fizeram uma apreensão de 19 toneladas de maconha no porto de Amsterdã, uai, lá não é legalizado? Pois é...
Legaliza uma droga que vão inventar outra, fato. Olha o oxi aí, botando pra quebrar, na Rússia, a pouco tempo inventaram uma outra droga, chamada koaksil que APODRECE a carne do usuário.
Qual seria então a vantagem de legalizar a maconha? Prejudicam o meio ambiente, prejudicam a saúde de quem não fuma, prejudica a saúde de quem fuma, não acaba com o tráfico, polui meio ambiente, leva a usar outras drogas ilícitas, os efeitos positivos, se existirem não se balanceiam com os negativos, e então? Não vejo NADA de bom.
“Ah brou, maconha é liberdade, é uma onda muito boa, maconha é relaxante, faz bem pra alma, risadas por ter dito a palavra onda (já que maconheiro ri de tudo)”. ¬¬’
Sou contra as marchas para esse tipo de coisa que só vai degradar ainda mais o Brasil. Não adianta vir com conversinha dizendo a frase "liberdade de expressão", liberdade todos nós temos, porém precisamos de leis porque algumas pessoas não têm bom senso e querem fuder o resto junto. Eu se preciso posso sim abrir mão de um pouco da minha liberdade para melhorar o Brasil, porque não? Isso não significa que sou omisso ou que vou aceitar tudo que venha do governo, significa que quero um país melhor, que não quero um estado omisso e fraco. Imagina uma marcha da cocaína, crack, de pedófilos, ladrões... uai, eles também tem os ideais deles. Isso não é liberdade, isso é LIBERTINAGEM. Mudem o nome para “Libertinagem da maconha”, caberia muito melhor que as frases usadas.
O governo tem sim que tomar algumas atitudes proibicionistas porque algumas coisas, como a maconha, torna-se uma questão de saúde pública. Quem se fode nessa história, é todo mundo, não é só quem fuma. E se engana que todo mundo possui bom senso e sabe escolher o que quer fazer. Não é uma absurdo, por exemplo, o governo proibir que se trafeguem com velocidade acima de um valor "X", isto previne muitas mortes por acidentes de trânsito.
Em 2006 foi registrado na Holanda o partido dos pedófilos, onde eles queriam rebaixar para 12 anos de idade o consentimento para as relações sexuais e também pretendem legalizar a pornografia infantil. Esse partido, fundado pelo Algemeen Dagblad queria transformar a pedofilia em matéria de debate. E aí, tiveram algum déjà vu?
Já imaginaram seus filhos de 12 anos sendo convidados para dar uma 'rapidinha'?
Acordem. Vocês como pais não permitiriam esse tipo de coisa, assim como a maioria do Brasil não concorda com a legalização da maconha, contra marchas etc. Não importa o motivo pelo qual ela foi proibida, importa sim é que agora temos todo conhecimento para que ela permaneça assim. É uma verdadeira hipocrisia aproveitar dos males que as drogas causam pelo simples fato delas movimentarem algum capital, qual seria nossa diferença para os bandidos? É o que eles fazem!
         Quem está de acordo com a legalização nunca teve problemas reais! São todos filhinhos de papai que não têm coragem de subir o morro pra comprar essa merda, são todas pessoas que vivem em suas casas a leite com pêra e ovomaltine, são mulheres e homens apenas conhecem as pessoas "legais" que fumam. Quando eu digo problemas reais, eu digo de viciados, usuários que precisam roubar pra comprar, pessoas que se matam por ela, pessoas que agridem por ela. Duvido que quem tem um pai alcoólatra que bate em você é a favor do álcool. É muito bonito ver aquele tanto de gente bonita nas marchas, né não? Todos bem nutridos, bem vestidos. Duvido que quem é a favor, têm algum amigo/conhecido que não seja desse tipo que eu disse, nenhum tem um amigo que rouba para comprar droga, ninguém têm conhecidos que matam.Duvido que quem teve o pai que morreu de enfisema pulmonar é a favor do tabaco. Quem é a favor são um bando de hipócritas, um bando de gente desocupada que por não vivenciar problemas realmente REAIS se preocupam mais com a liberdade dos indivíduos(bla bla bla liberdade de expressão bla bla bla) do que com o bem estar das outras pessoas.
            E se alguém discorda de alguma coisa que eu disse, pode achar todas as fontes e informações nesse blog e se ainda discordarem, só lamento.
Não precisamos de mais uma droga prejudicando todo mundo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Entrevista fantástico

Fonte: AQUELE "UM" DO FANTÁSTICO, O PROFESSOR LARANGEIRA

Carta do Ronaldo Laranjeira a um blog chamado UNIAD

Caro Reinaldo,

Sou leitor diário do seu blog e respeito muito o que você escreve e concordo com a maioria das idéias. Em especial, concordo com o falso debate sobre a legalização das drogas. No fundo, é um tema que tem um apelo para a população de Ipanema e Vila Madalena, ou o seu equivalente em cada estado.

Tenho adotado a política pessoal de sempre atender aos jornalistas, mesmo quando fica claro que sou o “caretão de plantão”. Minha intenção é tentar pelo menos fazer um contraponto às muitas das idéias que considero simplistas e salvacionistas. Ou seja, as pessoas defendem que, ao termos maiores facilidades de acesso às drogas, resolveremos os problemas. Somente a força da irracionalidade e do pensamento mágico pode sustentar esse castelo de areia conceitual.

Você mencionou que, na matéria do Fantástico, a proporção foi de 12 pessoas favoráveis e somente eu fui o contraponto. E você usou até mesmo a expressão “desrespeitoso”. Isso tem ocorrido sempre. O pior que passei foi num debate na Folha de S. Paulo, manipulado pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Ele colocou quatro favoráveis à maconha contra dois. Além disso, tinha uma platéia absolutamente hostil e que não deixava nem mesmo eu começar qualquer tipo de argumento contra a legalização. Aquela, com certeza, foi uma experiência de desrespeito. Pela primeira vez na minha vida, eu saí de um debate intelectual escoltado por dois seguranças da FSP, pois o lobby dos maconheiros queria me bater.

Enfim, desculpas por me alongar, mas esse debate, infelizmente, vai longe, não porque seja uma prioridade, mas porque um grupo significativo de pessoas, como FHC, Globo, jornalistas, parte do judiciário e o lobby da maconha vão querer fazer história.

Eu defendo um plebiscito para esse assunto. Valeria a pena.

Abraços,
Ronaldo Laranjeira
Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP

Quem conhece o inferno por dentro?

Fonte: As drogas


A primeira vez que vi e experimentei maconha tinha 19 anos, saí da periferia de Sampa, fui ao bairro nobre do Brooklin, embarquei no carro de um amigo, pegamos o contato no bairro da Luz e fomos à Vila Brasilândia, no barraco do traficante, onde fiz meu batismo de fumaça. Era um 31 de dezembro. Pegamos uma pacoteira, continuamos fumando no carro, e numa parada para que meu amigo comprasse cigarro, o contato entrou em pânico porque uma viatura da PM passou perto. Ele queria que eu assumisse o volante e fugisse. Eu só havia dirigido bicicleta, patinete e carrinho de rolimã. Naquela passagem de ano, à meia noite um grupo formado pela dupla de amigos e mais uma menina estávamos num quiosque na estrada velha de Santos comendo frango assado frio e tomando cidra. O fim da viagem foi a praia de Pernambuco, no Guarujá, onde tomamos banho de mar, nús, e voltamos. Só quando cheguei em casa, na manhã do dia seguinte, ao bater na porta e ser atendido por minha tia, com quem morava, me toquei que estava completamente chapado.
Vinte e um anos depois entrei pela terceira vez numa clínica de recuparação de dependentes. Tinha feridas grotescas nos braços e manchas negras, na minha trajetória de usuário de cocaína na forma injetável, tinha só não furei veias do pescoço, da testa e não apliquei diretamente no coração, ou da femural. Pouco antes da maconha tinha experimentado pela primeira vez álcool, na forma de cerveja. Na família, os três homens são alcoólatras. Zé Luis, meu pai, está no céu. Meu irmão retomou o rumo da própria vida há 17 anos. Eu não me drogo há 16.
Aqui não tem discurso moralista. Como diz meu irmão e amigo Luiz Solda, cada um faz com o corpo o que bem entende. E muitos amigos eu perdi porque eles fizeram isso e depois não entendiam mais nada e não conseguiram sair. Livre expressão é um termo bonito, mas joga-se no meio de uma barafunda onde mais confunde-se do que explica-se, mesmo porque pouquíssima gente sabe até onde o buraco do uso de substâncias psicoativas vai dar. E este buraco, podem ter certeza, não tem fim.
Liberar as drogas é discutível. Prender viciados é uma barbaridade. A dependência é uma doença. Nem todo usuário de droga é dependente. O universo de bebedores mostra isso. Há “cheiradores sociais” também. Assim como há dependentes de maconha – e aqui nem vamos tocar naquele ponto de que uma droga leva à outra, pois isso é ponto pacífico, assim como quem é dependente de uma droga é de todas, principalmente as que não conhece, como sempre falo nos seminários que faço como voluntário da clínica Quinta do Sol, onde estive internado em 1994 (os outros foram o hospital Helio Rottenberg, Pinel, e a Moinhos de Vilhena, que não existe mais).
A balela de que a maconha não faz mal por que é da natureza é tão crível quanto alguém dizer que tomar álcool Zulu 90 graus também não faz porque vem da cana de acúcar, que é da mamãe natureza. Viciados em qualquer droga têm entre eles. O alcoólatra em fase terminal, depois de sair de um delirium tremens, que se arrastam por conta da polioneurite e têm os “pés de elefante”, sempre dizem que jamais fumaram maconha ou crack ou cheiraram cocaína ou tomaram anfetaminas na vida. A recíproca é igual. Dependentes químicos têm “dó” dos alcoólatras.
O caldo cultural engrossa esse angu tenebroso. A maconha e o álcool, assim como tabaco foi incensado pelo cinema americano durante décadas, sempre com o patrocínio de uma das mais lucrativas indústrias da morte do Planeta, é associada à criatividade, a uma outra maneira de ver a vida, como se isso fosse possível. A ilusão do bem estar, de abrir as portas da percepção, é uma coisa mágica. Se droga fosse ruim, ninguém experimentava. O problema é que, como diz a letra do grande Nelson Ned, que destruiu a carreira com a cocaína, tudo passa, tudo passará.
Defender o uso da maconha em marchas faz parte do jogo democrático. Saber o que é a droga ninguém pergunta. Reparem as fotos destas marchas. Só há jovens secundaristas ou universitários encantando com o cheiro do mato que contém a substância química que eles sabem de cor o nome. O que achariam se a turma do baque (ato de injetar) se organizasse para que fosse liberada uma praça da cidade, como em Amsterdan, para que ficassem se espetando o dia inteiro em busca do prazer fugaz? Alguém aí pode organizar um movimento para que estes molambos que encontramos em todos os cantos da cidade tomando até metanol não sejam olhados de forma discriminatória, porque são doentes que largaram tudo por não ver perspectiva na vida, coisa que quase fiz quando, para quem via, estava muito bem, repórter de uma revista nacional, morando no Jardim Social, dois filhos nascidos, etc.
Uma visita a um grupo de Narcóticos Anônimos seria bom para se olhar tudo isso com uma perspectiva mais real, não emocional. Duvideodó que alguém já tenha visto um viciado pesado em maconha depois de 20 anos de uso na média de 30 baseados por dia. Ah, sim, o aloprado aqui não sabe o que diz porque fumar um de vez em quando não faz mal e ninguém tem culpa se ele foi beijar o Tinhoso e voltou à terra. Verdade. Mas se você que está lendo precisa empinar um para qualquer atividade, inclusive o fato de acordar e ter de enfrentar a vida, a loucura da vida, a emoção da vida, então é melhor pensar em consultar algum médico psiquiatra especialista na área (os postos de saúde podem ajudar).
A maconha potencializa e adianta surtos psicóticos para quem tem herança genética esquizofrênica. Pouca gente sabe disso. Internei um conhecido no hospital Bom Retiro por conta disso. Ele fumava desde os 13. O médico disse que o problema dele não era o risco do surto (a avó era esquizofrênica), mas sim a depenência. O pai fumava, e fuma, há quarenta anos. Como convencer o guri? Ele surtou, desapareceu na cidade, foi achado, internado, ficou dois meses, o surto revertido, saiu e voltou a fumar porque não acredita que a erva que é da natureza possa fazer mal.
Resumindo: temos carência de informação e abundância de desinformação a respeito. As manifestações devem mesmo ser liberadas, mas por que não se ouvem os especialistas no assunto para um esclarecimento. Simples: são todos caretas. É o que se ouve dentro das clínicas onde parcela mínima do universo dos dependentes esteve ou está. Redescobrir o valor da vida normal, essa que não satisfaz a quem busca sempre “algo mais”, é uma das experiências mais fantásticas que um ser humano pode passar. Pensar um pouco sobre isso faria bem a todos. Saúde!