quinta-feira, 23 de junho de 2011

Entrevista fantástico

Fonte: AQUELE "UM" DO FANTÁSTICO, O PROFESSOR LARANGEIRA

Carta do Ronaldo Laranjeira a um blog chamado UNIAD

Caro Reinaldo,

Sou leitor diário do seu blog e respeito muito o que você escreve e concordo com a maioria das idéias. Em especial, concordo com o falso debate sobre a legalização das drogas. No fundo, é um tema que tem um apelo para a população de Ipanema e Vila Madalena, ou o seu equivalente em cada estado.

Tenho adotado a política pessoal de sempre atender aos jornalistas, mesmo quando fica claro que sou o “caretão de plantão”. Minha intenção é tentar pelo menos fazer um contraponto às muitas das idéias que considero simplistas e salvacionistas. Ou seja, as pessoas defendem que, ao termos maiores facilidades de acesso às drogas, resolveremos os problemas. Somente a força da irracionalidade e do pensamento mágico pode sustentar esse castelo de areia conceitual.

Você mencionou que, na matéria do Fantástico, a proporção foi de 12 pessoas favoráveis e somente eu fui o contraponto. E você usou até mesmo a expressão “desrespeitoso”. Isso tem ocorrido sempre. O pior que passei foi num debate na Folha de S. Paulo, manipulado pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Ele colocou quatro favoráveis à maconha contra dois. Além disso, tinha uma platéia absolutamente hostil e que não deixava nem mesmo eu começar qualquer tipo de argumento contra a legalização. Aquela, com certeza, foi uma experiência de desrespeito. Pela primeira vez na minha vida, eu saí de um debate intelectual escoltado por dois seguranças da FSP, pois o lobby dos maconheiros queria me bater.

Enfim, desculpas por me alongar, mas esse debate, infelizmente, vai longe, não porque seja uma prioridade, mas porque um grupo significativo de pessoas, como FHC, Globo, jornalistas, parte do judiciário e o lobby da maconha vão querer fazer história.

Eu defendo um plebiscito para esse assunto. Valeria a pena.

Abraços,
Ronaldo Laranjeira
Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP

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